Conheça mais sobre o Bocha Paralímpico, suas regras, movimentos e categorias.
Praticada por atletas com elevado grau de paralisia cerebral ou deficiências severas, a bocha paralímpica só apareceu no Brasil na década de 1970. A competição consiste em lançar as bolas coloridas o mais perto possível de uma branca (jack ou bolim). Os atletas ficam sentados em cadeiras de rodas e limitados a um espaço demarcado para fazer os arremessos. É permitido usar as mãos, os pés e instrumentos de auxílio (calhas), e contar com ajudantes (calheiros), no caso dos atletas com maior comprometimento dos membros. A modalidade teve um antecessor nos Jogos Paralímpicos: o lawn bowls, uma espécie de bocha jogada na grama. E foi justamente no lawn bowls que o Brasil conquistou sua primeira medalha na história dos Jogos Paralímpicos: Robson Sampaio de Almeida e Luiz Carlos “Curtinho” foram prata nos Jogos de Toronto, no Canadá, em 1976. Nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, o Brasil encerrou com duas medalhas: um ouro nos pares BC3, com Antonio Leme, Evelyn de Oliveira e Evani Soares, e uma prata nos pares BC4, com Eliseu dos Santos, Dirceu Pinto e Marcelo dos Santos. Já nos Jogos de Tóquio, o país conquistou dois bronzes no individual, com José Carlos Chagas (classe BC1) e Maciel Santos (BC2). As regras e competições internacionais da modalidade são organizadas e gerenciadas pela Boccia International Sports Federation (Bisfed). Já no Brasil, quem rege a bocha é a Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE).
Deficiências Elevado grau de paralisia cerebral ou deficiências severas DISPUTAS Individuais, em duplas ou por equipes Gênero Masculino e Feminino Objetivo Lançar as bolas coloridas o mais perto possível de uma branca
Todos os atletas da bocha competem em cadeira de rodas. Na classificação funcional, eles são divididos em quatro classes, de acordo com o grau da deficiência e da necessidade de auxílio ou não. No caso dos atletas com maior grau de comprometimento, é permitido o uso de uma calha para dar mais propulsão à bola. Os tetraplégicos, por exemplo, que não conseguem movimentar os braços ou as pernas, usam uma faixa ou capacete na cabeça com uma agulha na ponta. O calheiro posiciona a canaleta à sua frente para que ele empurre a bola pelo instrumento com a cabeça. Em alguns casos, o calheiro acaba sendo a mãe ou o pai do atleta. BC1 Opção de auxílio de ajudantes (podem estabilizar ou ajustar a cadeira do jogador e entregar a bola, quando pedido). BC2 Não podem receber assistência. BC3 Deficiências muito severas. Usam instrumento auxiliar, podendo ser ajudados por outra pessoa. BC4 Outras deficiências severas, mas que não recebem assistência.