Paratletas do Rio Grande do Norte estão se preparando para disputar uma vaga nas Paralimpíadas de Tóquio, no Japão. O evento foi adiado no ano passado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), por causa da pandemia do novo coronavírus. A decisão teve o intuito de resguardar a segurança de atletas, técnicos, equipes e público. Assim, os Jogos Olímpicos estão previstos para serem realizados de 23 de julho a 8 de agosto, e os Paralímpicos de 24 de agosto a 05 de setembro.
Para conseguir uma vaga nas Paralímpiadas, os atletas precisam alcançar índices que os classifiquem para a competição. Porém, na última quarta-feira, 13, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que atua como confederação das modalidades de atletismo, halterofilismo, natação e tiro esportivo, divulgou em Comunicado Oficial a suspensão do calendário de competições regionais e nacionais, neste primeiro semestre de 2021. A decisão foi tomada pelo Departamento Técnico e o Comitê de Crise do CPB, devido ao aumento do número de casos de Covid-19.
Ainda segundo o comunicado, o CPB focará, exclusivamente nos próximos meses, no processo de qualificação e preparação dos atletas, para o maior evento esportivo do mundo. Reuniões virtuais com dirigentes e treinadores ocorrerão, por modalidade, para apresentação e discussão de uma proposta de classificação e preparação para os Jogos na capital japonesa.
Para o presidente da Sociedade Amigos do Deficiente Físico – SADEF/RN, Jackson Alexandre, “o que resta agora é aguardar as novas orientações do CPB, e continuar a dedicação aos treinos”.
Grande parte dos paratletas voltou a treinar de forma mais intensa, por volta de setembro de 2020. Antes disso, quando foi determinada a quarentena, muitos continuaram os exercícios em casa, para não perder o condicionamento.
Para a paraciclista Ana Raquel Lins, “a alteração de data acabou afetando o planejamento para conseguir as vagas na competição, porém com o adiamento, os atletas também ganharam mais tempo para se preparar”. Ana Raquel disse ainda que fez muitos exercícios em casa e que desde novembro do ano passado, vem treinando sozinha na rua.
Já o parahalterofilista e integrante da Seleção Brasileira Júnior França, afirmou que “foi muito difícil no início da quarentena e que tentou adaptar os treinos em casa, apenas para não ficar parado. Mas, desde que o governo do estado liberou as atividades, seguindo medidas sanitárias protetivas como distanciamento, uso de máscara e álcool gel, os treinos de levantamento de peso voltaram serem feitos na academia e tem dado tudo certo”.
De acordo com o presidente da SADEF/RN, Jackson Alexandre, até agora cinco paratletas têm chances de conseguir uma vaga no evento. Além de Ana Raquel Lins e Júnior França, também estão na disputa Terezinha Mulato, Maria Rizonaide, ambas do halterofilismo, e Joana Neves, atleta da natação. Porém, dependendo da proposta de classificação e preparação dos paratletas do Comitê Paralímpico Brasileiro e dos índices alcançados, outros nomes podem surgir.
Este mês, Joana Neves voltou a fazer parte da equipe da Sadef/RN, após 3 anos no Rio de Janeiro. Com treinos intensos desde o ano passado, a expectativa da paratleta é alcançar a classificação. “Estou bem confiante e treinando muito, então acredito que tudo dará certo para disputar minha terceira paralímpiada”, disse.
E antes de conseguir a tão sonhada vaga para Tóquio, Joana já ganhou um importante prêmio. Ela foi eleita a melhor nadadora paralímpica da década de 2011 a 2020 no Troféu Best Swimming. “Para mim é muito gratificante ganhar esse prêmio, já que mostra o reconhecimento de todo um trabalho”, destacou.
Outras Competições
Os paratletas que não estão em busca de uma vaga nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, também continuam firmes nos treinos, para outras competições. Um deles é Cícero Tavares, do paratletismo. “Apesar de ser campeão brasileiro, ainda não tenho chances de ser convocado para as Paralimpíadas. Mas têm competições importantes para eu participar, como o Mundial Militar de Atletismo que ficou para este ano, o Open internacional de Atletismo e o II Fisu América Games”, explicou.
Como todas as competições foram suspensas neste primeiro semestre, a expectativa de Cícero é que após junho, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) se pronuncie sobre o resto do ano. “Agora é continuar os treinos e me preparar para chegar ao segundo semestre bem competitivo. Tenho chances reais de conquistar medalhas para o Brasil, além de querer bater novamente o recorde brasileiro no lançamento de disco que já é meu”, afirmou.