Uma tentativa de assalto, aos 15 anos de idade, mudou para sempre a vida de Jackson Alexandre. “Eu era atleta do bicicross, e bandidos tentaram levar minha bicicleta. Eu caí, eles se assustaram e atiraram. Fugiram sem levar nada, mas eu fui atingido pela bala e fiquei paraplégico”, conta. Depois disso, foram dois anos trancado em casa, mas sem perder a esperança de voltar a andar.
Só com o diagnóstico definitivo de que isso não seria possível, Jackson decidiu se dedicar ao esporte, já aos 21 anos. Começou na natação: foi campeão do Norte-Nordeste, vice brasileiro. Disputou até competições internacionais nas piscinas. Até que a velha paixão da adolescência reapareceu, com adaptações, por causa da deficiência.
Desde o ano passado, o paratleta da Sadef – Sociedade Amigos do Deficiente Físico do RN (que ele também preside) se dedica ao paraciclismo, com a handbike. Como o próprio nome sugere, é uma bicicleta movida pela força das mãos e braços, para pessoas como Jackson, que não tem movimento nas pernas. “Apesar de não fazer o que fazia na bike, como empinar e saltar, andar na handbike me traz de volta a sensação de liberdade, que eu não quero deixar de sentir nunca mais”, explica Jackson.
O paratleta já participou de algumas competições da modalidade, inclusive subindo ao pódio. Mas como presidente da Sadef e atleta, sabe que muitos campeões em potencial ficam pelo meio do caminho por causa das dificuldades financeiras: “Meus treinos são muito intensos, me dedico o máximo que posso, mas meu desempenho ainda fica comprometido, pela falta de condições de comprar uma handbike adequada para o alto rendimento”.
Por isso, decidiu lançar uma vaquinha virtual para ajudar na compra da bike e nas participações em competições. “Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado. Costumo usar essa frase para seguir acreditando em cada sonho que tenho pra minha vida”, diz ele. A meta é chegar aos 20 mil reais. As doações podem ser feitas pelo site http://vaka.me/1715803.